Não me digas o que sei

Não me digas o que sei

 

Fui um grito a dizer talvez
À espera de vez 
Sem poder queixar
Fui a raiva a lembrar a sorte
A vida e a morte 
A desinquietar
À espera de ninguém 
Na espera de te amar

Fui saudade 
Companheira
Uma vida inteira
A dizer não sei
Fui a espera da vez primeira
O riso, a canseira
Em que me encontrei
A vida vai e vem
À espera de ninguém

Não me digas o que sei
Nem porque espero
Só sei o que não quero
E a vida corre, corre
Como um rio a desaguar 
Sem parar 
Não me contes uma história
Sem começo
Que eu sou o que pareço
E a vida morre, morre
Com um espanto no olhar 
Devagar 

Fui um sonho, uma rua aberta
Um sol que desperta 
Em flor de jasmim
Fui um rio, a maré de um beijo
A fúria, o desejo 
A dizer que sim
Na espera de te amar
À espera de ninguém 

Foi-se a noite 
Veio o dia
A rota vadia
Sem te encontrar
Diz-me o nome da fadiga
A sorte inimiga
Para sonhar
A vida vem e vai
Na espera de te amar

Não me digas o que sei
Nem porque espero
etc.

Não Me Digas o Que Sei

Single "Não Me Digas o Que Sei / Até Amanhã", de Argentina | 1983

Música: Eduardo Paes Mamede | Letra: Viriato Teles | Voz: Argentina Rocha
Arranjos, direcção musical e produção: Eduardo Paes Mamede

Músicos: 
Rui Luís "Dudas" Pereira (violas eléctricas e acústicas)
José Carias (baixo)
Fernando Rabanal (bateria)
Ed (flautas e guimbarda)
Jorge Nascimento (acordeão)
Argentina e Formiga (coros)

Captação de som e misturas de José Fortes

Gravado no Angel Studio entre 7 e 9 de Setembro de 1983

Edição Sassetti | © SPA 1983