Gosto quando não falas porque estás como ausente
E me ouves de longe, minha voz não te toca
Parece que os olhos se foram de ti voando
e parece que um beijo te fechou a boca
Gosto quando não falas e estás como distante
Estás como te queixando, mariposa em arrulho
E me ouves de longe, minha voz não te alcança:
deixa que eu me cale com o teu silêncio
Deixa-me que te fale também com teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel
Tu és como a noite, calada e constelada
Teu silêncio é de estrela, tão longe e tão singelo
Gosto quando não falas porque estás como ausente
Distante e dolorosa como quem já morreu
Uma palavra então, ou um sorriso bastam
E eu estou alegre, alegre de que não seja assim
Poema 15
Música: Victor Jara | Letra: Pablo Neruda* | Tradução: Viriato Teles | Voz: Ela Vaz
Arranjo e Produção: Quiné TelesMúsicos:
Daniel Fonseca (guitarra clássica)
António Quintino (contrabaixo)
Ana Catarina Costa (flauta transversal)
João Martins (bandolim)
Rui Vinagre (guitarra portuguesa)* De "Veinte poemas de amor y una canción desesperada" (1924)